Foi Bonita a Festa





 A Mala da Noite A Mala da Noite A Mala da Noite A Mala da Noite





Janaína Wagner

Estado: Desenvolvimento e financiamento.

Documentário experimental
Uma co-produção ANAVILHANA e Foi Bonita a Festa.




SINOPSE
Dono do maior índice de feminicídios do Brasil, o minúsculo município de Barcelos localiza-se às margens do Rio Negro, perdido na paradisíaca paisagem da floresta amazônica. A Mala da Noite revela a presença de mulheres e raparigas fantasmas, mulheres e raparigas mortas, que continuam a habitar este pedaço de terra.

A Mala da Noite é um retrato de um Brasil alucinante, onde a violência e o deslumbramento se fundem diariamente. Na fronteira entre os estados do Amazonas e Roraima, a pequena cidade de Barcelos é premiada, ano após ano, com a maior taxa de feminicídio do Brasil. O documentário retrata experimentalmente os casos de feminicídio no município de Barcelos, no Alto Rio Negro, dentro da selva amazônica, sendo feito em parceria com as histórias vividas e contadas pelas mulheres e adolescentes que moram em Barcelos, conjurando por meio de suas narrativas e testemunhos os fantasmas das mulheres assassinadas.

O documentário propõe dar forma através da imagem cinematográfica às interações do invisível com o visível que paira sobre Barcelos, registando experimentalmente a realidade tanto violenta quanto doce desta pequena aldeia de betão construída no meio da selva abundante, incontrolável e inevitável: um espelho para tantas brasileiras acometidas pelas ondas de violência, do feminicídio e dos seus contornos.

Barcelos pode ser visto como um mau exemplo do que acontece quando o sistema civilizatório e predatório do capitalismo é introduzido numa paisagem natural, sem cuidado, nem atenção. A Mala da Noite é um retrato da fricção entre a natureza e uma "civilização" demente. Colisão de violências, o filme é também uma espécie de filme-feitiço, aberto ao poder que as imagens possuem como ferramentas de mudança experimental.